As Formas Tradicionais de Aposentadoria: Considere o Valor Líquido da Renda já Descontado o Imposto
A aposentadoria é um objetivo final, o resultado de um processo, que inicia quando começamos nossa vida profissional.
Todos querem se aposentar e de preferência o mais rápido possível. Para tanto, as opções que temos se resumem: previdência oficial, previdência privada e renda gerada por investimentos.
Aposentadoria – previdência social: imposto sobre a renda
Se aposentar com benefício pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) requer contribuição mensal e longo prazo. Sendo certo que o resultado (benefício) reduzirá seu padrão de vida.
Além disso, temos também, que considerar o imposto sobre a renda que onera o benefício.
Aposentadoria – previdência privada: imposto sobre a renda e taxas administrativas
A previdência privada, também requer aportes e prazo, até a formação do capital suficiente para se optar por levantar tudo ou receber mensalmente.
Aqui também temos a mesma questão da oficial, invariavelmente seu padrão de vida não irá se manter o mesmo. Isso porque, o montante constituído evoluirá de acordo com os indexadores que podem até superar a inflação. Mas não conseguiram performar o suficiente para multiplicar com celeridade seu dinheiro.
Sem contar as taxas administrativas e o imposto sobre a renda, que também devem ser considerados na avaliação desta opção.
Investimentos Feitos Durante a Trajetória Profissional
Temos ainda a opção da renda gerada pelos investimentos feitos durante sua trajetória profissional. Esta alternativa, envolve mais de uma possibilidade de geração de renda.
O brasileiro gosta de patrimônio. O sucesso que o brasileiro enxerga no outro está atrelado ao patrimônio. Se tem muito patrimônio é rico! Caso contrário, certamente rico não é!
Aluguel: Considere Despesas do Imóvel e o Imposto sobre a Renda
Viver de aluguel seria a opção que mais agradaria a maioria, pois é a união de dois fatores relevantes para os brasileiros:
Ter um patrimônio, para dizer aos outros que você venceu na vida e a renda passiva daí advinda.
Mas adquirir imóveis, não é tarefa fácil, demanda dinheiro, muito dinheiro.
Além disso, imóveis geram renda, mas também despesas, imposto predial, se em condomínio a respectiva taxa, sem contar as manutenções periódicas e reparos emergenciais.
Em outras palavras, o imóvel sempre deve estar locado, imóvel vazio, é uma fonte de despesa.
O valor do aluguel
Com relação ao valor do aluguel, o rendimento produzido pelo investimento, você deve considerar o valor do imóvel (o quanto investido) e um percentual sobre este montante, que será a remuneração dele decorrente (os frutos).
Se por exemplo, você adquirir para investimento um imóvel no valor de trezentos mil reais. Dificilmente, entendemos pouco provável, você conseguirá locá-lo por importância equivalente a um por cento do seu valor. O que corresponderia a três mil reais. O cálculo realista, na maioria dos imóveis, deve considerar um percentual abaixo de um por cento de rentabilidade.
Importante, também, considerar neste cálculo a média de períodos de vacância, quando o imóvel está desocupado, pois como já dissemos anteriormente, imóvel sem locatário é fonte de despesas.
Não se esqueça que aluguel é renda, portanto, considere o imposto sobre a renda.
Diante todos estes fatores aqui expostos, avalie se o aluguel vai lhe proporcionar uma boa opção de renda.
Mas, mesmo se a resposta for positiva, procure analisar também outras formas de remunerar o seu capital, como por exemplo, renda fixa ou renda variável. Isso, certamente lhe dará um grau maior de certeza.
Ações: Considere Taxas, Corretagem e Imposto sobre a Renda
Outra opção a renda gerada por investimentos são as ações (a chamada renda variável).
Investimento em ações não é especulação,. Investir em ações significa o olhar a longo prazo, paciência, resiliência, foco e determinação.
Como investidor, você ganha dinheiro com ações de duas formas: através dos dividendos e da venda das ações (não no “day trade”, compra e venda no mesmo dia) e, sim após a valorização do ativo num longo prazo.
Longo prazo
Mas o que seria “longo prazo”?
Não existe um intervalo de tempo padrão que determine um período de “longo prazo”.
No entanto, o lapso temporal de no mínimo dez anos é entendido como “longo prazo”.
Isso significa que devo aguardar no mínimo uma década para vender minhas ações?
Não exatamente, a verdadeira tradução de longo prazo é aguardar tempo suficiente para que haja real valorização do ativo. Ou seja, deve-se descontar a inflação do período e o imposto sobre a renda que será pago quando da liquidação do ativo. Também há taxas administrativas e de corretagem, mas no longo prazo essas despesas são pouco significativas.
Se puder ficar dez, vinte ou trinta anos com a ação em carteira seria muito mais vantajoso, pois quanto mais tempo, mais valorização haverá, especialmente, quando se tratar de uma ação proveniente de um setor perene.
Venda de Ações: Muita Atenção!
A venda de ações (investimento) não pode ser considerado meio de subsistência, pois não há como prever o momento certo de negociar o ativo. Venda mal sucedida gera prejuízo e não renda.
A venda de ações deve ter por finalidade aumentar seu capital e, com isso possibilitar novas oportunidades de investimentos, que um dia poderão servir como gerador de renda, de modo a viabilizar a aposentadoria.
Viver de Dividendos: Isenção Tributária
No pertinente ao ganho com dividendo, certamente deve-se manter a ação (boa pagadora) em carteira.
Mas viver de dividendos requer muitas ações?
Sim, quanto mais ações, maior é o pagamento dos dividendos.
Nossa sugestão para quem quer viver de dividendos é adquirir, com disciplina e paciência, ações (boas pagadoras) periodicamente até alcançar o número suficiente, capaz de gerar dividendos que importem em verdadeira aposentadoria.
Como as ações são negociadas de forma fracionada, é possível adquirir quantidades mínimas periodicamente.
Isso é uma forma de não comprometer seu orçamento e construir uma carteira rentável.
Importante esclarecer que a escolha de boas ações depende de muito estudo e disciplina.
Entender as informações financeiras, avaliar os indicadores, gestão e outros. Afinal de contas. você deve ter certeza de que tal empresa produzirá bons lucros e, consequentemente, pagará bons dividendos.
Também é relevante a isenção de imposto sobre a renda, o que torna o dividendo um diferencial em relação as demais possibilidades que citamos.
Renda Fixa
Outras opções são as compras de ativos que gerem renda como certificados, letras, títulos do governo, fundos de investimentos, dentre outros (a chamada renda fixa).
Do mesmo modo da renda advinda de dividendos, também, requer um volume de dinheiro, só que o capital investido na renda fixa, irá gerar um percentual pré ou pós fixado que pode efetivamente não remunerar o montante aplicado, haja vista que temos que considerar taxas cobradas pelas instituições financeiras, custódia, inflação e imposto sobre a renda.
Diga-se de passagem, que há instrumentos da renda fixa que são isentos de imposto sobre a renda, como a poupança (rende muito pouco) e, as letras e certificados dos setores imobiliários e agrários.
Outras Opções de Renda Variável
Renda variável, também, são os fundos imobiliários e os fundos que investem em índice (ETF).
A negociação dessas cotas ocorre na Bolsa de Valores. E o rendimento periódico é variável (depende do pagamento de locativo).
Estes fundos podem ser uma alternativa. Vão demandar grande quantidade de aporte, mas há necessidade de avaliar se os rendimentos são verdadeiramente atrativos.
Os rendimentos de fundos imobiliários têm isenção tributárias, desde que o investidor tenha participação inferior a dez por cento das cotas do fundo.
Também há possibilidade de investimentos em fundos que investem em índice (exchange traded fund, ETF), como por exemplo, o índice da Bolsa de Valores.
Estes fundos têm isenção tributária na venda de cotas até trinta e cinco mil reais, no mês.
Conclusão
Planejar a aposentadoria é mais do que apenas uma opção sensata; é uma necessidade vital para garantir que possamos desfrutar de nossos anos dourados com segurança e conforto. O futuro é incerto, e contar apenas com a previdência social pode resultar em surpresas desagradáveis e insuficiência financeira durante a aposentadoria.
Ao adotar uma abordagem pró-ativa para o planejamento da aposentadoria, podemos construir uma base financeira sólida que nos permitirá manter nosso padrão de vida, realizar nossos sonhos e enfrentar imprevistos sem estresse financeiro. Isso envolve economizar e investir de forma consistente, entender nossas necessidades financeiras futuras e criar um plano realista para atingir nossos objetivos de aposentadoria.
Lembre-se de que o planejamento da aposentadoria não é um evento isolado, mas um processo contínuo que requer revisão e ajuste ao longo da vida. Quanto mais cedo começarmos, mais flexibilidade teremos e menos pressão financeira enfrentaremos no futuro.
Em resumo, planejar a aposentadoria é uma demonstração de autodeterminação e responsabilidade financeira. Garante que tenhamos o controle de nosso futuro e nos permite desfrutar de uma aposentadoria tranquila e sem surpresas desagradáveis. Portanto, não adie o planejamento da aposentadoria; comece hoje e construa o alicerce para um amanhã financeiramente seguro.