Saiba como economizar com o plano de saúde

A saúde é uma das maiores preocupações de qualquer indivíduo. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece atendimento público, mas, muitas vezes, o tempo de espera e a falta de recursos tornam os planos de saúde privados uma alternativa atraente. Entretanto, escolher o plano ideal e, principalmente, manter os custos controlados pode ser um desafio. 

Modalidades de plano de saúde

Ao optar por um plano de saúde, é essencial entender que existem diferentes tipos, cada um com características próprias. As principais modalidades de planos de saúde no Brasil são:

1. Plano individual ou familiar

Esse tipo de plano é contratado diretamente pelo beneficiário ou pela sua família, sem intermediação de uma empresa. Os valores podem variar de acordo com a idade, região e cobertura escolhida. Em geral, os planos individuais tendem a ser mais caros, já que não há uma negociação coletiva.

2. Plano coletivo por adesão

Esse plano é oferecido a grupos de pessoas com características em comum, como profissionais vinculados a associações, sindicatos ou conselhos de classe. Geralmente, os custos são menores do que nos planos individuais, já que a negociação é feita de forma coletiva.

3. Plano coletivo empresarial

Esse plano é oferecido pelas empresas aos seus colaboradores. Ele pode incluir dependentes e, em muitos casos, a empresa arca com uma parte dos custos, tornando-o mais acessível. É uma modalidade muito comum, especialmente em grandes empresas.

4. Plano ambulatorial

Esse plano cobre consultas, exames e outros atendimentos realizados em ambiente ambulatorial, sem internação hospitalar. É uma opção mais barata, mas com cobertura limitada.

5. Plano hospitalar

O plano hospitalar cobre internações e procedimentos realizados em ambiente hospitalar, como cirurgias e tratamentos de alta complexidade. Entretanto, ele não cobre consultas e exames fora do hospital.

6. Plano com coparticipação

Nesse tipo de plano, o beneficiário paga uma mensalidade reduzida e, quando utiliza algum serviço, paga um valor adicional. É uma boa opção para quem não utiliza frequentemente os serviços de saúde.

O que você deve considerar antes de contratar um plano de saúde?

Ao contratar um plano de saúde, há diversos fatores que devem ser levados em consideração para que você faça uma escolha consciente e adequada às suas necessidades e orçamento.

1. Cobertura

A primeira coisa a avaliar é o que o plano cobre. Planos mais completos incluem consultas, exames, internações e até tratamentos odontológicos. Entretanto, quanto maior a cobertura, maior será o custo. Portanto, é importante verificar quais são suas necessidades reais de saúde e se um plano mais simples pode atender essas demandas.

2. Rede credenciada

A rede de hospitais, clínicas e médicos que atendem pelo plano é um ponto crucial. Um plano pode ter um custo atrativo, mas se a rede credenciada não oferecer bons profissionais ou hospitais, o benefício pode ser comprometido. Verifique se os médicos e hospitais de sua confiança estão na lista de credenciados.

3. Carência

Os planos de saúde geralmente impõem um período de carência para determinados procedimentos, especialmente os mais complexos, como cirurgias e tratamentos especializados. Avalie o tempo de carência e considere se está disposto a aguardar antes de poder utilizar todos os serviços.

4. Reajustes

Os reajustes dos planos de saúde podem ser anuais e variar de acordo com a faixa etária. É essencial estar ciente dessas correções para evitar surpresas futuras no orçamento. Planos coletivos, por exemplo, tendem a ter reajustes mais suaves, enquanto os individuais podem ser mais afetados.

5. Perfil de saúde

Entenda suas necessidades de saúde e histórico médico. Pessoas mais jovens e saudáveis podem optar por planos com coberturas mais simples ou com coparticipação, enquanto pessoas com condições crônicas de saúde devem priorizar planos mais robustos.

6. Reputação da operadora

Pesquise sobre a reputação da operadora do plano de saúde. Veja avaliações de outros usuários, a frequência de negativas de cobertura e a eficiência no atendimento. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) disponibiliza índices de qualidade que podem ser úteis nesse momento.

Como reduzir o custo do plano de saúde?

Os custos dos planos de saúde podem pesar no orçamento, especialmente para famílias ou autônomos. No entanto, existem estratégias para diminuir esses valores sem abrir mão da proteção.

1. Escolha um plano com coparticipação

Os planos com coparticipação têm mensalidades menores, já que o beneficiário paga uma parte dos procedimentos utilizados. Se você tem uma saúde estável e não costuma utilizar muitos serviços, essa pode ser uma opção vantajosa.

2. Opte por planos regionais

Os planos que oferecem cobertura apenas em determinada região costumam ser mais baratos do que os planos com abrangência nacional. Se você não viaja com frequência ou está sempre na mesma área, essa pode ser uma alternativa para economizar.

3. Negocie um plano coletivo

Mesmo que você não tenha vínculo com uma empresa, é possível buscar associações, sindicatos ou conselhos profissionais que ofereçam planos de saúde coletivos por adesão. Esses planos geralmente têm custos menores e menos reajustes.

4. Avalie o uso do plano

Se você utiliza o plano de forma esporádica, vale a pena optar por um plano mais simples e complementar com consultas avulsas ou serviços públicos. Por exemplo, para consultas rotineiras, o SUS pode ser uma alternativa viável.

5. Faça uma pesquisa de mercado

Antes de contratar um plano, compare diversas operadoras e opções de cobertura. Às vezes, planos com coberturas semelhantes têm preços bastante diferentes. A ANS disponibiliza ferramentas para comparar operadoras e suas ofertas.

6. Prevenção é o melhor remédio

Manter uma vida saudável pode ajudar a reduzir a necessidade de uso constante do plano de saúde, evitando doenças e, consequentemente, consultas e exames frequentes. Investir em hábitos saudáveis é uma forma indireta de economizar com saúde.

Além de tudo isso, é importante lembrar que a escolha do plano de saúde ideal não deve ser pautada apenas pelo valor da mensalidade, mas sim pela relação entre o custo e o benefício que ele pode oferecer. Como os gastos com saúde são imprevisíveis, a decisão precisa ser bem pensada, levando em conta tanto suas necessidades atuais quanto possíveis eventualidades futuras. Aqui estão mais algumas dicas e considerações para complementar seu processo de escolha.

Outras considerações importantes ao contratar um plano de saúde

1. Cobertura adicional

Alguns planos de saúde oferecem coberturas adicionais, como atendimentos odontológicos, vacinas e serviços de saúde mental. Se esses serviços são importantes para você, é essencial verificar se o plano escolhido os inclui. No entanto, lembre-se de que essas coberturas adicionais podem aumentar o custo total do plano.

2. Exclusão de doenças preexistentes

Caso você tenha uma condição de saúde preexistente, a operadora do plano de saúde pode impor restrições ao atendimento ou um período de carência maior para o tratamento dessa condição. Portanto, informe-se sobre as políticas da operadora em relação a doenças ou condições preexistentes e veja se isso impacta sua decisão.

3. Reajustes por faixa etária

Os planos de saúde costumam ter reajustes baseados na faixa etária. Ou seja, ao atingir determinadas idades, como 40, 50, 60 anos, os valores podem sofrer aumentos significativos. É importante ter em mente esses reajustes ao escolher um plano, principalmente se você pretende mantê-lo por muitos anos.

4. Serviços de atendimento ao cliente

Um fator muitas vezes negligenciado, mas de grande importância, é a qualidade do atendimento ao cliente da operadora. Verifique como funciona o suporte para dúvidas, reclamações e emergências. Um atendimento eficaz pode evitar dores de cabeça no futuro.

5. Resgate de plano coletivo após demissão

Se você está contratado por uma empresa e utiliza um plano de saúde coletivo empresarial, saiba que, ao ser desligado, é possível manter o plano por um período, desde que você assuma o pagamento integral das mensalidades. Esse período pode ser útil enquanto você procura um novo emprego ou decide qual plano individual contratar. Verifique as regras e prazos para esse tipo de resgate.

Como avaliar se o plano de saúde é realmente necessário?

Antes de se comprometer financeiramente com um plano de saúde, é importante refletir sobre a real necessidade desse tipo de cobertura, especialmente se o valor pesar no seu orçamento mensal. Algumas questões que você pode se perguntar são:

  • Tenho uma boa rede de atendimento público perto de onde moro?
  • Faço muitos exames ou consultas regulares?
  • Tenho condições crônicas de saúde que exigem acompanhamento frequente?
  • Preciso de acesso rápido a médicos e hospitais, ou posso esperar pelo atendimento público?

Dependendo das respostas a essas perguntas, você pode optar por um plano de saúde mais simples, com coparticipação ou até considerar a possibilidade de utilizar serviços públicos para consultas e exames rotineiros.

Alternativas ao plano de saúde

Se o custo de um plano de saúde está fora do seu alcance, existem alternativas que podem garantir um certo nível de cobertura e segurança. Entre as opções mais comuns estão:

1. Cartões de desconto em saúde

Algumas empresas oferecem cartões de desconto em consultas, exames e até medicamentos em redes parceiras. Esses cartões não substituem o plano de saúde, mas podem ser uma alternativa interessante para quem precisa de atendimento esporádico e não pode arcar com os custos de um plano.

2. Consultas populares

Várias clínicas e hospitais particulares oferecem consultas a preços reduzidos. Essas consultas populares são uma solução acessível para quem não tem plano de saúde e precisa de um atendimento rápido. Embora não ofereçam a mesma cobertura de um plano de saúde, elas podem ser uma opção viável em algumas situações.

3. Telemedicina

A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção de serviços de telemedicina. Hoje, muitas operadoras de saúde e clínicas oferecem consultas online a preços acessíveis. Para quem tem dificuldades de locomoção ou precisa de consultas rápidas, esse tipo de serviço pode ser extremamente útil e mais econômico.

Benefícios de longo prazo de um plano de saúde

Embora os custos de um plano de saúde possam parecer altos à primeira vista, é importante considerar os benefícios de longo prazo que ele pode oferecer. Em situações de emergência, o acesso rápido a uma internação ou a um procedimento médico pode fazer toda a diferença. Além disso, a prevenção e o acompanhamento regular, que são facilitados por um plano de saúde, podem ajudar a detectar problemas de saúde precocemente, evitando complicações maiores e custos elevados no futuro.

A importância da revisão periódica

Mesmo após a contratação de um plano de saúde, é fundamental revisar periodicamente as condições do plano, os reajustes e a cobertura. Muitas vezes, sua necessidade de saúde pode mudar, e um plano que fazia sentido há alguns anos pode não ser mais o ideal. Além disso, o mercado de planos de saúde está em constante transformação, e podem surgir novas opções que ofereçam melhor custo-benefício.

Ao revisar seu plano regularmente, você também pode renegociar com a operadora ou migrar para outro plano que seja mais adequado ao seu momento de vida, evitando pagar mais por serviços que não utiliza ou não precisa.

Conclusão

Contratar um plano de saúde exige planejamento e análise cuidadosa. Conhecer as diferentes modalidades, avaliar a rede credenciada e entender os reajustes são passos essenciais para fazer uma escolha que equilibre bem suas necessidades de saúde e o seu orçamento. Além disso, é possível reduzir os custos escolhendo opções como planos com coparticipação, regionais ou coletivos, sem abrir mão da segurança e tranquilidade que um plano de saúde pode proporcionar.

Lembre-se sempre de considerar a sua situação atual, suas expectativas de uso e de pesquisar muito bem antes de assinar um contrato. Afinal, um plano de saúde não é apenas um custo mensal — é um investimento em sua qualidade de vida e na proteção da sua saúde financeira a longo prazo.