Investimento em Títulos de Renda Fixa
A renda fixa oriunda de investimento em títulos (certificados, letras, recibos, debêntures), além da poupança, também são uma opção de investimento, que podem se adequar ao seu perfil.
Diferentemente dos imóveis, que embora também produzam renda previsível, requerem a aquisição de um bem físico. Os tipos acima mencionados geram rendimentos ao capital investido por intermédio de um percentual pré ou pós fixado, incidente sobre o montante, de modo que exista probabilidade de remuneração.
Três preocupações do investidor que pretende aportar capital para estes títulos:
- Inflação.
- Imposto.
- Taxas (custódia e cobrada pela instituição financeira).
A remuneração do título escolhido deverá efetivamente aniquilar os efeitos da inflação, do imposto sobre a renda e das taxas administrativas (eventualmente cobradas). E, ainda, produzir um real rendimento. Caso contrário, você perderá dinheiro.
Títulos de Renda Fixa Públicos
Aqui também temos duas grandes categorias: público e privado.
Os títulos da dívida pública são emitidos pelo Governo. No Brasil a negociação mais comum ocorre com os títulos federais via um programa criado pelo Tesouro Nacional (gestor da dívida pública) em 2002, denominado “tesouro direto”, para facilitar as negociações promovidas pelas pessoas físicas pela internet.
A pessoa interessada nestes títulos, vai encontrar na plataforma do “tesouro direto” uma gama de opções para investir, com prazos e taxas de remuneração distintas.
Quanto maior o prazo de remuneração oferecido, maior será a rentabilidade.
Títulos de Renda Fixa Privados
Certificado de Depósito Bancário (CDB)
O certificado de depósito bancário (CDB), é um título privado, disponibilizado pelos bancos para captação de valores com o fim de financiar as suas atividades. O rendimento é o resultado da aplicação de taxas prefixadas ou pós-fixadas (índices), bem como atrelada ao certificado de depósito interbancário (CDI, que corresponde a taxa de juros média aplicada nas operações entre bancos. Diferentemente do CDB usado para captar dinheiro do investidor, o CDI serve a captação de dinheiro entre os bancos).
Há também CDBs híbridos que contemplam taxas pré e pós fixadas.
Recibo de Depósito Bancário (RDB)
Os bancos também costumam emitir um título denominado recibo de depósito bancário (RDB). Parecido com o CDB, mas com menor liquidez e, geralmente, não admitem resgate antes do vencimento.
Ambos os títulos acima referidos, têm rendimentos sujeitos a tributação pelo imposto sobre a renda.
Além disso, têm garantida pelo fundo garantidor de crédito (FGC), se a instituição financeira na qual os valores estão depositados, se tornar insolvente, o investidor está garantido até o valor de duzentos e cinquenta mil reais. Normalmente não são cobradas taxas administrativas.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
Os bancos também emitem títulos que estão isentos do imposto sobre a renda.
São eles: a letra de crédito imobiliário (LCI) e, a letra de crédito do agronegócio (LCA). Cujos valores são destinados a fomentar o setor imobiliário e do agronegócio respectivamente, razão pela qual seus rendimentos são isentos. Ambas também têm a garantia do FGC.
Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
Há títulos emitidos por securitizadoras. E o que são securitizadoras?
São empresas que antecipam o recebimento de crédito para empresas que somente receberiam depois de vencido determinado prazo. Mas o valor antecipado não é integral. A securitizadora desconta um percentual (que é o rendimento do investidor) e paga o saldo para a empresa que vendeu seu crédito.
Este crédito é transformado em título, a depender da origem do crédito, certificados de recebíveis imobiliários (CRI) ou certificados de recebíveis do agronegócio (CRA).
Após, ocorre a venda destes títulos para os investidores, que irão receber quando o devedor original pagar a dívida. Como se trata de uma operação com certo risco, os rendimentos costumam ser mais atraentes.
Assim como as LCIs e as LCAs, também é dinheiro que fomenta setores da economia. Neste caso, o imobiliário e do agronegócio, por isso seus rendimentos estão isentos do imposto sobre a renda. Mas em contrapartida, pelo emitente ser uma securitizadora e não uma instituição financeira, conforme dissemos anteriormente, não têm garantida do FGC.
Debênture
As debêntures são títulos emitidos por empresas e têm finalidade de arrecadação para utilização nas áreas que a empresa julgar necessário.
Debêntures incentivadas. Os valores arrecadados direcionam-se a obras de infraestrutura no país. Por esta razão, os rendimentos produzidos por estas debêntures são isentos de imposto sobre a renda.
Há também um tipo de debêntures denominada conversível, na qual o investidor ao invés de receber o que investiu e seu respectivo rendimento, pode optar por receber ações da empresa.
Por não ser emitidas por instituição financeira, como as CRIs e as CRAs, não têm a garantia do FGC.
Poupança
Quanto a poupança temos que falar primeiro das vantagens. Os rendimentos estão isentos do imposto sobre a renda., os valores depositados nesta conta estão garantidos pelo FGC e não há taxas administrativas.
A desvantagem é a remuneração mensal que corresponde a taxa referencial (TR) acrescida de 0,5%, quando a taxa Selic (sistema especial de liquidação e custódia, que reproduz a taxa de juros básicos da economia brasileira), estiver em valor superior a 8,5% ao ano. No entanto, se a referida taxa se encontrar igual ou inferior a 8,5%, a remuneração da poupança será de 70% da Selic acrescida de TR.
A variação da TR é muito baixa, para se ter uma ideia esta taxa acumulada no ano de 2022, correspondeu a um valor pouco superior a um por cento, isso diluído em doze meses, é um percentual extremamente reduzido.
Você deve utilizar a remuneração da poupança como parâmetro de comparação com outros tipos de investimento em renda fixa.
Isso porque, como falamos anteriormente, muitas das outras opções, embora tenham aparentemente remuneração maior, há incidência do imposto sobre a renda e taxas administrativas, o que impacta o resultado líquido que pode ficar equivalente a poupança ou, até menor.
Conclusão
Investir em renda fixa é uma estratégia financeira sólida e amplamente utilizada por investidores em todo o mundo, mas sua eficácia e adequação dependem de diversos fatores individuais. Vale a pena investir em renda fixa quando se busca segurança, previsibilidade e menor risco em seus investimentos.
Os títulos de renda fixa, como Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs, oferecem retornos consistentes e muitas vezes superam as opções de poupança em termos de rentabilidade. Eles são uma escolha atraente para investidores que desejam preservar seu capital e não estão dispostos a assumir riscos significativos no mercado financeiro.
No entanto, vale ressaltar que, em um cenário de juros baixos, os retornos da renda fixa podem ser limitados, e a inflação pode corroer o poder de compra de seu dinheiro ao longo do tempo. Além disso, os investidores precisam estar cientes de que a renda fixa possui um potencial de retorno mais baixo em comparação com investimentos mais arriscados, como ações.
Portanto, a decisão de investir em renda fixa deve ser baseada em seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de investimento. É uma opção valiosa para a construção de uma carteira diversificada, especialmente para objetivos de curto prazo ou como uma parte conservadora de uma estratégia de investimento mais ampla. A chave está em equilibrar seus investimentos de acordo com suas necessidades e preferências financeiras. Portanto, vale a pena investir em renda fixa quando isso se alinha com seus objetivos e estratégia financeira.