O que são Opções de Ações?
Opções representam um direito (e não obrigação), adquirido por um investidor (denominado titular), de comprar ou vender um ativo (ações), por um certo preço (já previamente conhecido) até determinada data. Esta opção (de compra ou venda) é vendida por um outro agente denominado lançador.
Diferentemente do investidor que comprou a opção e pode ou não exercê-la. O lançador tem obrigação de comprar ou vender o ativo (ação), caso o investidor decida efetivamente exercer seu direito.
As opções são também conhecidas como derivativos, pois o preço delas deriva do preço do ativo no qual está vinculada.
Opções de Compra (“CALL”)
O titular da opção tem o direito de comprar e o lançador tem o dever de vender.
Opções de Venda (“PUT”)
O titular da opção tem o direito de vender e o lançador tem o dever de comprar.
Preço de Exercício
É um preço já conhecido pelo comprador e pelo vendedor e que será o valor de compra ou de venda, caso a opção seja exercida dentro do prazo.
Também é chamado de preço-strike.
Data de Exercício
É a data limite para o exercício da opção. O titular da opção tem até determinada data para exercer ou não o seu direito.
Valor do Prêmio da Opção
O prêmio da opção é o valor que o lançador vai receber do investidor que adquiriu a opção.
O valor do prêmio é composto por duas variáveis:
1. Valor Intrínseco
É o resultado da subtração do valor da opção pelo valor da ação.
Por exemplo, se o preço de exercício de compra é R$ 20,00 reais e a ação estiver cotada a R$ 27,00, o valor intrínseco do prêmio da opção é de R$ 7,00.
2. Valor Extrínseco
O valor extrínseco é composto por fatores externos, como tempo até o vencimento da opção.
Há aumento do valor extrínseco quando o preço da ação se distancia do preço da opção.
Por outro lado, quando o preço da ação se aproxima do preço da opção o valor extrínseco diminui.
Tipos de Opções
1. Opções de Compra
As opções de compra também são conhecidas como opções “call”.
O investidor adquire a opção de compra de uma ação, quando acredita que a ação vinculada a opção subirá de valor em alguns meses.
Por exemplo, o investidor adquire do lançador o direito de compra, pelo valor de R$ 0,50 (prêmio), para daqui a seis meses, comprar a ação (vinculada a opção) pelo valor de R$ 20,00 (preço do exercício), pois ele acredita que este mesmo ativo vai valer, depois desses seis meses, R$ 30,00.
Se isso acontecer, ele vai ter um considerável lucro de R$ 9,50, ou seja, R$ 20,00 (preço do exercício), acrescido de R$ 0,50 (preço do prêmio) e subtraído pelo valor da cotação de R$ 30,00.
Já o lançador terá o prejuízo de ter que vender uma ação que vale R$ 30,00 por R$ 20,00.
Caso a ação, depois dos seis meses estivesse cotada a R$ 15,00, o investidor não iria exercer seu direito de compra, pois não iria pagar um valor maior do que a ação vale (no jargão do mercado financeiro a opção “virou pó”).
Por outro lado, o lançador, sairia no lucro, pois ficaria com o valor do prêmio.
2. Opções de Venda
A opção de venda, também é conhecida como opção “put”.
Neste tipo de opção o investidor adquire do lançador o direito de vender a ação (vinculada a opção, pois acredita, que em determinada data futura, esta ação vai estar desvalorizada em relação ao seu preço atual).
Por exemplo, o investidor adquire o direito, pelo valor de R$ 0,50 (prêmio), de vender ao lançador, daqui a seis meses, a ação (vinculada a opção), pelo valor de R$ 20,00, pois acredita que esta mesma ação vai valer, daqui a seis meses, R$ 15,00.
Se isso acontecer, o investidor terá um considerável lucro, pois vai comprar esta mesma ação no mercado à vista por R$ 15,00 e vendê-la a R$ 20,00. Ou seja, vai lucrar R$ 4,50 (considerando o desconto do prêmio de R$ 0,50).
E o lançador, ficará no prejuízo, já que foi obrigado a comprar uma ação por um preço muito superior ao valor atual.
Caso esta mesma ação suba para R$ 30,00, nesses seis meses, o investidor não vai exercer seu direito de venda, pois não vai vender um ativo por um preço bem menor do que vale.
Por outro lado, o lançador ganhará, pois ficará com o valor do prêmio.
Imposto de Renda
Há, ainda retenção na fonte à alíquota de 0,005%, sobre o resultado positivo de prêmios pagos e recebidos no mesmo dia
Não há isenção de vinte mil reais na venda dentro do mês, pois esta somente é válida para negociações no mercado à vista.
Pode haver compensação de prejuízo. Para tanto é necessário declarar o prejuízo em determinado mês e compensá-lo com lucro em renda variável dentro desse mês ou nos meses subsequentes. O prejuízo de operação “day trade” somente é compensado com lucro na operação “day trade”, ou seja, mesma espécie (conforme Instrução Normativa da Receita Federal do Brasil nº 1585, de 31/08/2015).
Os Riscos Envolvidos
As opções podem ser uma forma de se proteger das oscilações das ações, mas também, essas oscilações podem causar prejuízos.
O titular da opção tem seu prejuízo limitado ao valor que pagou pela opção, pois se não exercer esse direito, em decorrência da oscilação da ação (apostou na alta e a ação caiu ou apostou na queda e a ação subiu), seu prejuízo é o prêmio pago.
De outro lado, o lançador pode ter enormes prejuízos, já que se o titular da opção exercer seu direito de compra ou venda e a ação estiver excessivamente cara ou muito barata, vai ter que suportar isso, portanto, não há limite para o seu prejuízo.
Conclusão
As opções de ações são uma ferramenta valiosa no mundo dos investimentos, permitindo a diversificação de carteiras, a proteção contra movimentos de preços adversos e a especulação sobre os movimentos futuros do mercado de ações. No entanto, elas também envolvem riscos e requerem um bom entendimento para sua utilização efetiva. Como parte de uma estratégia de investimento, as opções de ações podem desempenhar um papel importante, mas é fundamental que os investidores estejam cientes dos riscos e saibam como usá-las de maneira adequada. É aconselhável estudar muito antes de entrar no mercado de opções de ações, especialmente se você é novo nesse campo.