Imóvel: Comprar ou Alugar?

Comprar ou Alugar um Imóvel? Analise Sete Aspectos Essenciais

Comprar ou alugar um imóvel? São questões que devem ser muito bem pensadas.

O imóvel é um bem necessário e imprescindível. Quanto a isso não se põe dúvidas. Mas a questão a ser respondida é: vale a pena adquirir ou não um imóvel?

Alguns aspectos você deve levar em consideração para responder esta questão:

Primeiro: Você tem Renda Suficiente para Financiar um Imóvel?

O primeiro é saber se você dispõe de renda suficiente para obter um financiamento imobiliário. Há necessidade de comprovação de renda para a obtenção do financiamento, se sua renda for inferior ao mínimo exigido, você não vai conseguir.

Em geral, o comprometimento da renda é em torno de trinta por cento com as parcelas do financiamento. Se numa simulação, considerando tempo de financiamento entre trinta a trinta e cinco anos e o montante a ser financiado, o valor da prestação mensal resultar em por exemplo R$ 1.200,00, sua renda, em média deve corresponder a aproximadamente R$ 4.000,00 por mês.

Além disso, há também a necessidade do pagamento da entrada, que em média corresponde a trinta por cento do valor do imóvel. Considerando que este mesmo imóvel, objeto do exemplo de simulação acima, tiver valor de R$ 200.000,00, você deverá pagar a título de inicio de pagamento a importância de R$ 60.000,00, em média, para poder viabilizar o financiamento do saldo, ou seja, R$ 140.000,00.

Segundo: Você Dispõe de Renda para Pagar a Entrada?

Considerando o exemplo que demos, que refere-se ao padrão médio praticado no mercado, você pode achar que não será possível adquirir o imóvel, mas você ainda tem alternativa. E qual seria?

O governo federal tem um programa muito conhecido para auxiliar o financiamento imobiliário para pessoas de baixa renda, na qual há exigência de renda mensal baixa, valor de entrada menor e taxa de juros diferenciadas.

Portanto, você também deve considerar esta hipótese.

Terceiro: Valor da Taxa de Juros

O terceiro aspecto diz respeito ao valor da taxa de juros e, o sistema de atualização do saldo devedor.

A taxa de juros no mercado imobiliário sofre a influência direta da taxa de juros média praticada no país, que por sua vez varia de acordo com a situação econômica do momento. Em períodos de inflação baixa as taxas de juros tendem a cair. E, ao contrário, quando a inflação tende a subir, as taxas também aumentam.

Inflação

Isso ocorre porque a inflação, entendida como a elevação generalizada dos preços, provoca o aumento do custo de vida das pessoas, redução da capacidade financeira e como resultado o empobrecimento da população. Para conter este mal é necessário reduzir o dinheiro em circulação, através do aumento da taxa de juros, inibindo, assim a iniciativa de compra, com o encarecimento de empréstimos, para forçar o mercado a diminuir os preços.   

O Banco Central que tem como política monetária, manter a inflação sob controle, o faz com auxílio do Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão a ele vinculado, que decide a respeito do valor da taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia), que vai impactar as taxas de juros praticadas no país. 

Quando a inflação está sob controle, a Selic tende a diminuir e com isso as taxas médias de mercado tendem a cair. Exatamente nestes momentos em que há estabilidade economia, as chances de se obter um financiamento imobiliário com taxas de juros bastante atraentes, aumentam de forma considerável. E isso faz toda a diferença.

A cada um por cento a menos de taxa de juros efetiva que você conseguir economizar. Considerando um financiamento a longo prazo (entre trina a trinta e cinco anos). Corresponde a um enorme montante de dinheiro que você vai deixar de pagar. 

Exemplo do reflexo da taxa de juros no financiamento do imóvel

Voltando ao exemplo do imóvel de R$ 200.000,00, se você conseguir reduzir a taxa de juros pela metade por exemplo, suponhamos que um determinado banco cobre uma taxa de oito por cento e outro quatro por cento.

Os juros de oito por cento ao ano, poderiam representar, somente a título de exemplo, duzentos mil reais ao final, então o valor total do referido imóvel seria de quatrocentos mil reais (principal e juros).

Considerando a metade, ou seja, quatro por cento, o total poderia representar cem mil reais. Assim o valor total do imóvel, após o término do longo financiamento, ficaria em trezentos mil reais.

Neste exemplo, você conseguiria economizar cem mil reais. Já imaginou quantas coisas que você poderia fazer com este dinheiro ao invés de pagar juros?

Quarto: Sistema de Atualização do Saldo Devedor

Mas não é somente com a taxa de juros que você deve se preocupar. O sistema de atualização do saldo devedor, também, requer atenção. Isso porque a depender da escolha, pode implicar em pagamento a maior de juros.

Os sistemas mais comuns utilizados no país, são: price e sac. No price ou sistema frânces, as prestações são menores inicialmente, porque amortização é menor. Já no sistema de amortização constante (SAC), o valor inicial é mais elevado, porque a amortização é maior. 

Ao longo do tempo, como a amortização é menor no sistema price, os juros incidirão sobre uma base de cálculo maior e, a consequência disso é que mais juros serão pagos.

O outro sistema, como amortiza valor maior todo mês, a base de cálculo é mais reduzida em comparação ao price, de modo que você pagará menos juros ao final. E, além disso, as parcelas inicialmente maiores em relação ao price, ao longo do tempo, ficarão menores.

Se você não observou nada disso e, encontra-se com financiamento desvantajoso vigente, pode valer-se da portabilidade. Desse modo, você, pode buscar uma outra instituição financeira, com taxa de juros melhores e aproveitar, também, para mudar o sistema de atualização para o mais vantajoso.

Quinto: O Valor do Aluguel

O quinto aspecto é o valor do aluguel. Se o aluguel do imóvel custar R$ 1.200,00, mesmo valor da prestação do financiamento dada como exemplo anteriormente, sem dúvidas melhor adquirir o imóvel.

Não somente por ter igual dispêndio em relação a locação, mas também pelo fato desta despesa mensal possibilitar a aquisição de um patrimônio. Bem assim, pelo fato das parcelas mensais, no caso do sistema sac, sofrerem redução todo mês. Diferentemente do aluguel, que a cada ciclo anual, tende a aumentar pela incidência de reajuste.

Sexto: Tempo de Comprometimento com o Financiamento

O sexto aspecto diz respeito, ao tempo de comprometimento com aquela despesa mensal. Quando você adquire um imóvel já sabe que acabou de assumir um compromisso de longo prazo, ou seja, parte da sua renda estará comprometida por muito tempo e, isso significa mais dificuldade em poupar e investir.

Mas você não precisará aguardar longos anos para se livrar desta despesa, é possível que você num médio prazo consiga quitar o imóvel, sem ter que aguardar todo este tempo. Isso é possível, se você conseguir periodicamente abater o principal e, o que é isso?

Você pode aportar valores não para o pagamento da prestação e, sim para o pagamento destinado diretamente ao saldo devedor. Com isso, o valor das parcelas vai diminuir e com a sobra, você fará constantes aportes para reduzir o valor principal, até que muito antes do que você imaginou, seu imóvel estará pago.

Sétimo: Ter o Dinheiro para Comprar o Imóvel À Vista

Sétimo e último aspecto é o fato de você ter o dinheiro à vista para adquirir o imóvel.

Se você não depende de financiamento para adquirir um imóvel. Você deve analisar com muita cautela, se é ou não vantajoso adquirir um patrimônio, no qual o seu dinheiro ficará imobilizado. Ou investir e com o rendimento auferido, alugar um imóvel e usar a sobra para reinvestir, aumentando cada vez mais o seu investimento.

Se você tem um milhão de reais em dinheiro e consegue um retorno de um por cento ao mês com seus investimentos, são dez mil reais todo mês entrando na sua conta.

Você pode alugar um bom imóvel por cinco mil reais e sobrar cinco mil para reinvestir. Por isso, quando você tem o dinheiro para comprar sem financiar, você deve refletir bastante.

Conclusão

A escolha entre comprar ou alugar um imóvel é uma decisão financeira e pessoal que deve ser ponderada cuidadosamente. Essa decisão não possui uma resposta única, pois depende de diversos fatores, incluindo a análise do financiamento, o valor do aluguel e a disponibilidade financeira de cada pessoa.

A compra de um imóvel pode representar um investimento a longo prazo, proporcionando segurança e a possibilidade de construir patrimônio. No entanto, requer um compromisso financeiro significativo, incluindo o pagamento de entrada, financiamento e despesas contínuas, como impostos e manutenção.

Por outro lado, alugar um imóvel oferece flexibilidade e menos compromissos financeiros imediatos, mas não permite a construção de patrimônio no mesmo grau que a compra.

A decisão final deve ser baseada na análise de sua situação financeira atual, objetivos de longo prazo e preferências pessoais. Avalie o custo total da compra em comparação com o aluguel, leve em consideração a estabilidade de sua renda e a disponibilidade de fundos para entrada, além de fatores como localização e planos futuros.

Em última análise, não existe uma resposta universal para essa questão. O que é importante é tomar uma decisão informada e alinhada com suas metas financeiras e estilo de vida. Portanto, a análise do financiamento, valor do aluguel e sua disponibilidade financeira desempenham papéis cruciais na escolha entre comprar ou alugar um imóvel.